segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CRP-09 consolida propostas sobre Avaliação Psicológica com Evento Regional

      No dia 29 de novembro de 2011, o CRP-09 abriu espaço para as discuções a respeito do Ano Temático da Avaliação Psicológica. A psicóloga Karla Mendes da Cruz e eu, participamos da discução consolidando as propostas referentes ao eixo sobre Avaliação Psicológica em Contextos Institucionais.
Caros colegas profissionais da psicologia, confiram nos links abaixo os detalhes sobre este evento.


domingo, 27 de novembro de 2011

"A singularidade do indivíduo é incontestável na visão científica." (Skinner, 1959)

Burrhus Frederic Skinner uma vez disse:

“Aquilo que uma pessoa sente é tão importante quanto o que ela faz”.


domingo, 21 de agosto de 2011

Diversidade Sexual e Psicologia

As várias formas de expressão afetiva e sexual, assim como as expressões de gênero, dizem respeito às questões que envolvem a Diversidade Sexual. Este tema vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e os grupos que compõem o “leque” da diversidade sexual têm conquistado espaços sociais importantes. Mas ainda existem muitos tabus e preconceitos sobre o que é “aceitar a diversidade” e, principalmente, sobre qual é o papel dos psicólogos neste fenômeno.
É importante considerar que em uma sociedade organizada e educada para ser heterossexual é comum que mitos e estranhamentos surjam quando indivíduos apresentam comportamentos e práticas diferentes das “programadas” culturalmente. Porém, é interessante observar, neste caso, que o estranhamento, em geral, não produz reflexão e sim discriminação. A discriminação, homofobia, ou qualquer nome que se queira dar ao ato coercitivo em relação à diversidade sexual e de gênero tornou-se uma prática social na qual a coerção sobre o “diferente”, no caso o público LGBT, é passada de um indivíduo para o outro por meio da educação e imitação (Pedrosa, 2006). Pode-se refletir que o preconceito e a discriminação contra o público LGBT desenvolvem-se com o aprendizado de valores, normas, regras, crenças, etc. Por essas razões é que profissionais da psicologia precisam compreender os fenômenos que envolvem a diversidade sexual para assim articularem formas de acolhimento e intervenção.
O Conselho Federal de Psicologia (1999), por meio da resolução 001/99 ajuda os psicólogos a compreender este tema apontando que a homossexualidade não constitui doença, distúrbio e nem perversão. Esta discussão está em consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS) que deixou de colocar a homossexualidade no rol de doença em 1991 (Pedrosa, 2006). E o Art. 2º da resolução 001/99 do CFP, resolve que “os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas”. É interessante notar que estes órgão da saúde preocupam-se em não associar a orientação homossexual à aspectos patológicos.
Além das orientações do Conselho Federal de Psicologia, o que mais pode contribuir para a compreensão e “aceitação” da diversidade sexual por parte dos psicólogos? É preciso relembrar que o papel principal da psicologia é o de promoção de saúde biopsicossocial; e como tal precisa estar em consonância com aspectos sociais que envolvem a promoção da cidadania e dos direitos humanos. Ressaltam-se os principais direitos humanos relevantes para esta atual reflexão: “ser tratado com respeito e dignidade”, “expressar os próprios sentimentos”, “fazer qualquer coisa, desde que não viole os direitos de outra pessoa” e “ter direito e defendê-los”. Ao zelar pelos direitos humanos universais, os psicólogos também estão “aceitando” a diversidade sexual e zelando pela qualidade de vida dos indivíduos que acolhem na sua prática profissional.

Referências Bibliográficas
Conselho Federal de Psicologia (1999). Resolução nº. 001/99. Estabelece normas de atuação para psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Brasília, DF.
Pedrosa, J. B. (2006). Segundo desejo. São Paulo: Iglu.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Relembrando e Relatando Traumas em Psicoterapia

     O trauma diz respeito a um tipo de dano psicológico provocado por eventos aversivos. Em outras palavras, um trauma pode acontecer em decorrência de situações em que estão presentes elementos (estímulos) estressores, coercitivos e/ou ameaçadores para a pessoa.


Dependendo da intensidade da situação aversiva, seus subprodutos (medo, ansiedade, culpa, esquiva, fuga, pânico, etc.) podem continuar afetando o organismo mesmo não estando presente no momento atual de vida da pessoa. Isso acontece por que a lembrança, o relato, ou qualquer outro comportamento que “evoque” a situação estressora, sinaliza o reaparecimento dos elementos que compõe o evento aversivo e suas consequências danosas. Relembrar e relatar eventos traumáticos também podem produzir angustia, ansiedade, medo e desconforto geral na pessoa; a esquiva de relembrar e  relatar contribui para que a pessoa não sinta o mesmo desconforto  da situação traumática original fazendo com que o indivíduo não se sinta ameaçado e que se sinta “confortável”. Sendo assim, é possível compreender alguns motivos pelos quais as pessoas evitam relembrar e relatar um evento traumático em psicoterapia; e esse comportamento de evitar contato (relembrando e relatando) com a situação aversiva prejudica o processo terapêutico quando a queixa principal está relacionada ao trauma.
     Como o objetivo central da psicoterapia é contribuir para a resolução das queixas dos clientes, é preciso que os clientes relembrem e relatem sobre eventos de sua história que podem ter contribuído para a manutenção de seus comportamentos (pensamentos, sentimentos, ações, etc.) atuais.
     Considerando que esse processo pode gerar sofrimento para os clientes é preciso investir na relação terapêutica para que o cliente se sinta seguro em falar sobre os elementos aversivos de sua história e, além disso, é importante que o psicoterapeuta busque bloquear os comportamentos de esquiva para que o cliente entre em contato com sua história e seus danos. Tanto o vínculo terapêutico quanto o bloqueio da esquiva contribuem com o enfraquecimento de padrões comportamentais que envolvem o “esquivar-se” de lembranças e relatos dos eventos aversivos.
     Entrar em contato com estímulos aversivos em psicoterapia produz não só sentimentos “negativos”, mas também ajuda o cliente a reduzir os efeitos da situação aversiva por meio da aprendizagem de novas alternativas para lidar com seus traumas (Kohlenberg e Tsai, 1991/2001).

Compreendendo alguns termos
Esquiva: Comportamento em que o organismo evita entrar em contato que estímulos que lhe foram danosos no passado.
Eventos Aversivos: Algo que gera incômodo, dor física e emocional, constrangimento, etc.
Os eventos aversivos podem gerar ansiedade, medo, desprazer, fuga e esquiva, além disso, podem contribuir para a aprendizagem de comportamentos agressivos.
Padrões Comportamentais: Formas em que o organismo apresenta uma maneira de se comportar que sempre se repete em situações semelhantes.

Sugestão de leitura
Kohlenberg, R. J. & Tsai, M. (1991/2001). Psicoterapia analítica funcional: Criando relações terapêuticas intensas e curativas (F. Conte, M. Delitti, M. Z. da S. Brandão, P. R. Derdyk, R. R. Kerbauy, R. C. Wielenska, R. A. Banaco, R. Starling, trads.). Santo André: ESETec.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Psicoterapia e Cura

Já tem um tempinho que eu gostaria de escrever sobre "a cura" em psicoterapia. E para não escrever algo extenso e muito polêmico, optei em expor um pequeno trecho do livro Cartas a um Jovem Terapeuta.


"Qualquer cura tem duas faces: uma, digamos assim, demolidora, que desfaz as certezas cristalizadas da história que nos acua em sintomas que, à vista de nosso passado, parecem inelutáveis, e outra, construtiva, que nos permite reinventar ou modificar um pouco a história da qual seríamos o fruto".



Calligaris, C. Cartas a um jovem terapeuta: Reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos. Rio de      Janeiro: Elsevier.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Qual é a função da Arte?

Os seres humanos (e alguns outros animais) possuem aparato biológico, fisiológico e condições contextuais que os permitem produzir coisas, sejam objetos ou formas diferentes de expressão. Essa expressão ou criação de objetos apresenta várias funções: ajudar em necessidades diárias, instruir (passar conhecimento), explorar seus limites como humanos, entreter a si mesmo e ao outros, entre muitas outras funções. Essas razões da expressão e produção de objetos também podem ser transpostas quando falamos de produções artísticas.
Mas o que a arte?
Como analista do comportamento digo que arte é uma expressão comportamental que acontece por meio de instrumentos que permitem ao ser que se comporta passar uma mensagem sobre seu "mundo interno" e sobre o contexto no qual está inserido. A arte pode ser vista, então, como mais uma via, um meio de expressar comportamentos internos (pensamentos, crenças, desejos, sentimentos, reflexões, etc.), além de expressar eventos do contexto social, histórico, interpessoal, etc. do artista.
A pessoa se comporta artísticamente, ou seja, produzindo objetos e se expressando de forma a ser considerada pelo outros como arte, porque este "se comportar artísticamente" produz consequências importantes para a manutenção não só do comportamento artístico, mas também de vários outros comportamentos que podem ter relação direta e indireta com a arte produzida. Pode ser que o artista, ao produzir sua arte, receba ganhos como: alívio psicológico ou prazer em ver a obra concluída, ganho financeiro, fama, valorização e aprovação social (ou reprovação, o que também pode ser reforçador* dependendo do caso), entre muitos ganhos que podem ter valor para o artista quando considerarmos sua história de vida.
Dito isso, fica mais fácil compreendermos a função da arte. Essa função não é só individual, com ganhos apenas para o artista; a arte tem uma importante função social, seja instrutiva ou também de expressão do ouvinte ou espectador. Em outras palavras, a arte se torna importante não só como forma de expressão do artista, mas também como meio de expressão e interpretação daqueles que apreciam a arte. Quando se ouve uma música, ou assisti teatro, filme, dança, ou se ver uma escultura ou pintura, estes estímulos produzem sensações (fisiológicas e psicológicas) que serão agradáveis, desagradáveis, duvidosas, neutras, etc. dependendo da história de vida de cada pessoas que está em contato com o estímulo. Algumas pessoas dizem: "As músicas da Ana Carolina falam muito sobre como eu me sinto e me vejo!". Isso quer dizer que na história de vida do ouvinte das músicas da Ana Carolina há elementos que dizem respeito ao seu aprendizado e repertótio emocional e/ou que "combinam" com as composições verbais e melódicas da cantora. 

A arte apresenta funções gerais e individuais. Seja por entretenimento ou apreciação da obra, as pessoas vão buscar a arte por motivos variados, assim como terão sensações variadas na presença do estímulo "arte", e isso ocorrerá considerando toda a história de vida da pessoa.



*Reforçador: estímulo consequente que aumenta ou mantém a probabilidade de ocorrência de um comportamento.


Sugestão de leituras
http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=192
http://olharbeheca.blogspot.com/2011/02/apreciacao-estetica-controle-de.html

terça-feira, 19 de abril de 2011

Trabalhando com Sentimentos de Luto

     Em geral, as pessoas usam o termo "luto" para se referirem aos comportamentos apresentados por uma pessoa que perdeu alguém querido por meio da morte. Mas se considerarmos nossos sentimentos de profunda tristeza quando perdemos algo, seja um objeto, um animal de estimação,  rompimento em uma relação, etc, então o termo "luto" também cabe nessas situações diversas.
     O que caracteriza o luto é uma classe de comportamentos, ou melhor dizendo, um conjunto de comportamentos que se expressam por meio de ansiedade, evitação, revolta, culpa, medo, profunda tristeza, etc. A expressão desses comportamentos pode variar de intensidade quando se considera o grau dos sentimentos que uma pessoa pode ter depositado no objeto perdido. Além disso o luto também pode funcionar como uma notícia que não será possível evitar a dor da perda.
      Mas, então, como é possível enfrentar e "se curar" do luto?
     Embora o afastamentos dos contados sociais sejam comuns em processos de luto, essas esquivas sociais precisam de certo cuidado, já que os contatos sociais poderão contribuir para a retomada da realidade, para a aceitação da perda e para a construção de uma nova história focada no futuro. 
      A intervenção psicoterapêutica, além de ajudar como uma forma de contato social, pode contribuir com técnicas de relaxamento para aliviar a ansiedade, propor novos questionamentos sobre o significado e a superação da perda, propor uma nova avaliação e aprendizagem de que as perdas são inevitáveis e podem trazer novos ganhos.

Site recomendado:



terça-feira, 29 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

Reduzir, Reutilizar, Reciclar!

    O informativo acima pode contribuir para a aquisição de comportamentos ecologicamente corretos, mas como dificilmente esse tipo de informação tem força suficiente para modificar comportamentos, podemos pensar em outras formas de aprendizagem de condutas ecológicas que podem somar com a dica dos 3 Rs.
    Dentre muitas coisas que podem contribuiu para a reeducação da sociedade no que diz respeito ao hábitos de cuidar do meio ambiente, pensei por alto nas consequências de reforço positivo. Reforços positivos são consequências que, se apresentadas logo após a emissão de um comportamento, tendem a aumentar a probabilidade de ocorrência do mesmo comportamento. O reforço positivo acontece com a apresentação de algo reforçador para o indivíduo (pode ser elogios, alimentos, sexo, dinheiro, entre outras recompensas).
   Considerando esta ideia, pensei em recompensas e/ou incentivos para a utilização adequada do lixo, para o consumo reduzido de recursos naturais e materiais poluentes. Esse incentivos podem ser apresentados por meio de descontos nos impostos e/ou nas compras cotidianas, prêmios com reconhecimento social para pessoas ou empresas que promovem o desenvolvimentos sustentável, etc.
    Mesmo que as pessoas já tenham notícias dos males do consumo e da degradação do meio ambiente e mesmo que as consequências negativas de longo prazo sejam comprovadas, as pessoas em geral se comportam esperando que consequências atuem imediatamente (ou quase) após a ocorrência de uma ação. Pode-se então utilizar incentivos que apareçam relativamente mais rápido logo após a emissão de um comportamento ecologicamente correto.

Vídeo do Live Earth

Sites recomendados
http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
http://sustentavel-desenvolvimento.blogspot.com/

segunda-feira, 21 de março de 2011

O que é Autoconhecimento?


A expressão "Autoconhecimento" é acolhida por muitas áreas filosóficas, científicas, religiosas ou místicas. Ter autoconhecimento, nas visões não científicas, é considerar que há processos ou entidades internas que comandam as ações dos humanos.
Para a psicologia comportamental o autoconhecimento é uma expressão comportamental onde a pessoa verbaliza um conhecimento sobre as causas, os controles, os contextos e as consequências do próprio comportamento. Esse conhecimento sobre si mesmo é aprendido com o contexto (comunidade verbal) no qual a pessoa vive.
Muitas pessoas não possuem habilidades "autoconscientes" porque muitas vezes não estão atentas aos eventos ambientais que antecedem seu comportamento, ou às consequências de seus comportamentos que ocorrem no seu cotidiano.
Geralmente as pessoas respondem ao seu ambiente de forma pouco consciente. Se perguntarmos à maioria dos fumantes "Por que você fuma?" eles podem dar as seguintes respostas: "Por que é bom; por que é relaxante; por que eu gosto; por que eu preciso, etc." Esse tipo de resposta demonstra um nível baixo de autoconhecimento (ou um jeito de resumir o assunto!). Para a pergunta sobre fumar, as pessoas "autoconscientes" poderiam responder: "Eu fumo por que aprendi com meus pais que são fumantes; fumo por que acho elegante; fumo por ser muito ansiosa e no momento o cigarro alivia minha ansiedade; fumo por que tenho prazer e mesmo sabendo das consequências devastadoras meu desejo pelo fumo ainda é maior do que pela minha saúde; fumo por todos os motivos acima e ainda considero que o cigarro é um válvula de escape para problemas psicológicos que não quero entrar em contato, etc."
O exercício do autoconhecimento é um processo longo, trabalhoso e muitas vezes doloroso. Como é possível ter autoconhecimento? Buscar entender e relacionar os eventos de sua própria história e de seu contexto atual é um bom exercício. Nesse sentido a Psicoterapia é capaz de contribuir para este processo, já que ter autoconhecimento é fundamental para a construção de novos repertórios comportamentais e para a resolução de problemas.

Sugestões de leitura

Skinner, B. F. (1982). Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix.
Skinner, B. F. (1993). Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes

terça-feira, 15 de março de 2011

Do desejo para a Ação



"Um desejo pressupõe a possibilidade de ação para alcançá-lo; ação pressupõe uma meta que vale a pena ser alcançada.” (Ayn Rand)

sábado, 12 de março de 2011

Sindrome de Down: Comprometimento Cognitivo, Aprendizagem e Habilidades Sociais

     Sindrome de Down é o nome que se dá à alteração genética que acomete pessoas numa estimativa de um em cada 600 nascimentos. Essa alteração genética pode vir de 3 formas:
Trissomia 21 padrão: Indivíduo apresenta 47 cromossomos em todas as duas células, tendo no par 21 três cromossomos. Ocorre em aproximadamente 95% dos casos.
Trissomia por translocação: O indivíduo apresenta 46 cromossomos e o cromossomo 21 extra está aderido a um outro par, em geral o 14. Ocorre em aproximadamente 3% dos casos.
Mosaico: O indivíduo aprsenta uma mistura de células normais (46 cromossomos) e células trissômicas (47 cromossomos). Ocorre em aproximadamente 2% dos casos.

     Além de características físicas comuns aos Downs como os olhos amendoados, estatura baixa e pescoço curto, a sindrome de Down tem uma importante influência biológica/genética nos níveis de cognição do indivíduo. Para Bissoto (2005) este comprometimento cognitivo pode ser explicado por alterações que evolvem a hipotonia (redução da força muscular) e alterações sensoriais (visão e audição).

     Há uma concepção de que todas as pessoas com a sindrome de Down apresentam as mesmas limitações orgânicas, motoras e cognitivas, porém o desenvolvimento cognitivo e/ou psicomotor pode variar entre os indivíduos com a sindrome se considerarmos que a alteração genética não é a unica influência no desenvolvimento; é preciso considerar as influências sociais, culturais e educacionais (Bissoto, 2005).
     Essas ideias estão de acordo com as do Behaviorismo Radical e da Análise do Comportamento. O analista do comportamento vai considerar os comportamentos humanos em todos os seus níveis e influências e é isso que contribui para o histórico de aprendizagem dos indivíduos. Uma pessoa com sindrome de Down pode ter um comprometimento cognitivo atestado por fatores biológicos/genéticos que influenciará na sua aprendizagem e habilidades sociais, mas as causas biológicas/genéticas não são tão determinantes assim. Atualmente é divulgado que a estimulação precoce a inclusão de pessoas com sindrome de Down contribuem para sua qualidade de vida e para seu desenvolvimento global.
    O Psicólogo analista do comportamento deve considerar todo o contexto de vida de uma pessoa com a sindrome. A aprendizagem de regras e o desenvolvimento de habilidades sociais podem ocorrer de forma lenta, por isso a estimulação é muito importante. Em Psicoterapia, por exemplo, a aprendizagem pode ocorrer por meio de instrumentos com maior força de estimulação sensorial visando a maior compreensão de regras e limites sociais. Essa estimulação pode acontecer por meio de jogos educativos (recomendo os virtuais) onde deverá ter espaço para aplicar algumas técnicas, como por exemplo: modelação (aprendizagem por meio da observação de comportamentos e suas consequências), reforçamento diferencial de comportamentos verbais e não verbais e ensaio comportamental para habilidades de comunicação.


Sites recomendados
http://www.fsdown.org.br/index.php
http://www.brasilescola.com/doencas/sindrome-de-down.htm

Referências
Bissoto, M. L. (2005). Desenvolvimento cognitivo e o processo de aprendizagem do portador de sindrome de Down: Revendo concepções e perspectivas educacionais. Ciencia & Cognição, 4, 80-88.

terça-feira, 8 de março de 2011

Frutas ou Fritas? O Comportamento de Escolha Alimentar

Imagine que você está próximo a uma mesa onde há duas possibilidades:
1ª - Uma cesta com 5 tipos de frutas com cores fortes, exalando seus cheiros característicos e aparentemente suculentas.
2ª - Uma caixa com batatas fritas, pasteis e coxinhas fritas, douradinhas, quentinhas e aparentemente saborosas.


Qual você escolherá?

   A escolha feita dependerá de muitas variáveis presentes no momento e na sua história de vida. Neste caso específico é preciso analisar seu histórico de aprendizagem. As seguintes perguntas podem ser feitas: 1) Quando vc era criança qual deste tipos de alimentos estava mais à disposição? 2) O que vc aprendeu com sua cultura sobre comer frutas? 3) O que vc aprendeu sobre comer frituras? 4) O que acontecia se vc recusasse comer frutas? E frituras? 5) Em quais contextos vc, seus familiares, amigos e/ou conhecidos aprenderam que era certo comer frutas ou frituras? 6) Qual é sua fruta preferida? Por que? Fora o sabor, a aparência e/ou o jeito de comer, o que esta fruta te lembra, faz sentir, o que ela significa pra você? (o mesmo vale para as frituras)... As perguntas são infinitas, mas estas 6 ajudam a pensar em como nossa história de vida (ou história de aprendizagem) contribui para nossas escolhas alimentares e o que elas significam para nós. Também é preciso considerar as variáveis que estão atuando no momento presente da escolha entre as frutas ou as fritas. Veja os seguintes questionamentos: 1) Neste momento vc está com fome? 2) Há quanto tempo vc não come fritas ou frutas? 3) Vc gosta das frutas ou das fritas disponíveis? Além destas perguntas é preciso preciso pensar em outras variáveis que podem estar presentes e que podem contribuir neste processo de escolha, como: a temperatura do dia, o horário (manhã, tarde ou noite), se há pessoas no local, o que as pessoas estão escolhendo, etc.

   As variáveis da história e as variáveis do momento presente não são excludentes, elas atuam em conjunto e também pode haver outras variáveis que podem somar com as citadas aqui e dar força no que vc irá escolher ou até mesmo não escolher nenhuma das opções.

   Outro aspecto importante do comportamento de escolha alimentar está relacionado aos prazeres/desprazeres  imediatos e de longo prazo. Por exemplo: Comer frutas pode ser prazeroso no presente momento e a longo prazo pode contribuir para sua saúde física. Ou ainda; comer fritas pode ser prazeroso no presente momento e a longo prazo pode contribuir para o seu aumento de peso ou outras doenças físicas. Dependendo do caso, comer frutas também pode ser prejudicial à saúde no presente momento e/ou a longo prazo, como no caso de frutas ácidas ou muito cítricas que podem contribuir para a evolução de um quadro de gastrite.

   De qualquer forma a escolha alimentar passa por um processo complexo que muitas vezes ocorre sem que as pessoas saibam as causas e/ou as consequências de suas ações. É possível que exista variáveis que ainda não conhecemos, assim como é possível que as consequências de nossos comportamentos não aconteçam como o esperado.

  Por estas e outras razões é importante buscar o autoconhecimento assim como o conhecimento sobre o que comemos e a forma como comemos. Estes são passos importantes para que as pessoas não caiam em "armadilhas de reforço". Baum (1999) fala sobre "armadilhas de reforço" para explicar comportamentos que acontecem em acordo com suas consequências de curto prazo onde o reforço é relativamente imediato, porém, a longo prazo as consequências podem ser aversivas.

  Nesta breve análise foi levantada algumas variáveis que podem contribuir para o comportamento de escolha alimentar, assim como algumas consequências que podem manter nosso comportamento alimentar.

Referências


Baum, W. M. (1999). Compreender o behaviorismo: ciência, comportamento e cultura. Porto Alegre: Artmed.

Uma Pequena Reflexão Sobre as Escolhas.



Todos os dias temos que fazer escolhas. E esse processo nunca é fácil, pricipalmente quando existem expectativas vindas do mundo fora da nossa intimidade. As escolhas terão que ser feitas, ora pra suprir uma necessidade íntima, ora para suprir a expectativa do outro. A dor gerada por este processo se constitui por nunca sabermos quais serão as repercussões de nossas escolhas. Podemos sentir satisfação ou frustração, surpresa ou arrependimento, mas não temos controle sobre o que vamos exatamente sentir após feitas as escolhas. De qualquer forma as escolhas deverão ser feitas, os mundos externos e internos exigem isso!
Barreto, W. (2009)

segunda-feira, 7 de março de 2011

A Importância da Psicologia Clínica



A Psicologia é uma área do conhecimento humano que há algumas décadas vem sendo utilizada como instrumento para a promoção de saúde global. As pesquisas, as teorias e as aplicações sobre conhecimentos filosóficos e científicos deram um colorido especial à atuação do Psicólogo Clínico e tornaram relevante a existência da Psicoterapia.
A Psicoterapia diz respeito ao uso de técnicas psicológicas elaboradas que incentivam o entendimento e a mudança dos problemas emocionais, comportamentais e interpessoais (Hockenbury & Hockenbury; 2003). Em outras palavras, a Psicoterapia é um processo no qual o indivíduo encontrará meios para compreender suas dinâmicas internas, adquirir autoconhecimento, aprender resolver conflitos e aprimorar seus contatos afetivos. Além disso, o processo Psicoterapêutico pode levar o indivíduo a encontrar saúde física e mental.
O Psicólogo Eduardo Trindade de Araújo (2010) em entrevista à Folha de Niterói pontuou que a Psicoterapia ajuda o cliente a readquirir o controle de suas emoções, o que possibilita melhores resultados no tratamento de várias doenças. O Psicólogo ainda afirma que o desequilíbrio emocional dos indivíduos pode facilitar o aparecimento de doenças ou mesmo agravar os sintomas já existentes.
Para a Psicóloga Andréa Andrade (2009) a Psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da saúde e pode cumprir também uma função de educação para a vida, oferecendo um espaço para reflexão, com instrumentos e conhecimentos que podem ajudar na orientação e condução da vida das pessoas.
Como Analista do Comportamento vejo que a Psicologia geral e em especial a Psicoterapia mostram que o ser humano deve ser contemplado de forma global e que as características humanas surgem em decorrência de uma complexa interação de múltiplos fatores que vão delineando as vivências e as subjetividades humanas. Dito isso, as experiências humanas (pessoais, social e/ou culturais) são objetos importantes da Psicoterapia que precisam ser avaliados para que os indivíduos tenham condições de contemplar seus problemas e delinear possíveis mudanças de padrões psíquicos ou comportamentais.  


Referências

Andrade, A. & Andrade, A. P. (2009). A importância da psicoterapia. Retirado de http://apapsicologia.blogspot.com/2009/05/importancia-da-psicoterapia.html em 02 de março de 2011.

Araújo, E. T. (2010). A importância da psicologia clínica no tratamento das doenças. Retirado de http://www.folhanit.com.br/753/artigo.htm em 02 de março de 2011.

Hockenbury, D. H. & Hockenbury, S. E. (2003). Descobrindo a psicologia. Barueri: Manole.
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