domingo, 6 de julho de 2014

Comportamento Verbal - Variáveis de Controle* {Parte 2 de 5}


    A seleção natural, o condicionamento operante e as práticas culturais, são as principais contingências responsáveis pelo desenvolvimento dos operantes verbais. Enquanto a seleção natural atua nos aspectos filogenéticos da espécie humana, o condicionamento operante atua no nível ontogenético. Já as práticas culturais dizem respeito à evolução da cultura decorrente dos agrupamentos de indivíduos. Estas contingências atuam sobre os organismos humanos de forma entrelaçada, fortalecendo, então, a ocorrência do comportamento verbal (Passos, 2003). 
    A compreensão destes três níveis de influências, que atuam juntas, sobre os operantes verbais, contribui para o entendimento das relações que se estabelecem na comunidade verbal. Sendo assim, o atual ensaio tem como objetivo definir e caracterizar os principais operantes verbais e suas variáveis de controle.

O Mando

Ordenar, suplicar, pedir, aconselhar ou advertir, são comportamentos verbais que estão sobre controle de estados de privação ou estimulação aversiva e, assim, especificam sua consequência. Nas palavras de Skinner (1957), o mando é classificado como um operante verbal cuja característica principal é especificar uma consequência e está sob controle de uma operação estabelecedora (p. ex. privação, saciação ou estimulação aversiva).

As variáveis de controle do operante verbal mando são as operações estabelecedoras ou motivadoras. Entende-se por operação estabelecedora (OE) aquelas variáveis de controle cujas propriedades afetam um organismo pela alteração momentânea da efetividade reforçadora ou punitiva de um evento e também alteram momentaneamente os repertórios do organismo que já foram reforçados ou punidos por esses eventos. Em outras palavras, OE são condições que alteram o valor reforçador daqueles estímulos que já possuem propriedades reforçadoras para o indivíduo, tanto em um nível incondicionado (filogenético) quanto condicionado (ontogenético).

As OE podem ser de três tipos, a contar: (1) As condicionadas substitutas (OECS), que são caracterizadas por situações em que um evento neutro, que antecede uma operação estabelecedora incondicionada, passa a ter as características motivacionais desta; (2) as operações estabelecedoras condicionadas reflexivas (OECR), que envolvem relações entre estímulos antecedentes e estímulos aversivos, em que um estímulo que precede uma estimulação aversiva, quando apresentado sozinho passa a estabelecer uma condição para a emissão de qualquer resposta que remova o estímulo aversivo; (3) as operações estabelecedoras condicionadas transitivas (OECT), que se referem às situações nas quais a efetividade reforçadora de um estímulo condicionado depende do contexto no qual este reforçador condicionado foi estabelecido. Atualmente, o termo operação motivadora é usado, pois contempla as operações estabelecedoras (OE) e as operações abolidoras (OA), que são aqueles eventos que diminuem a efetividade de uma dada consequência.

Para entendermos um episódio verbal de mando sob controle de operações estabelecedoras ou motivadoras, segue abaixo um exemplo na figura 1:



Observa-se que um indivíduo cansado e com sono, possivelmente em um contexto em que está deitado em sua cama e a luz de ser quarto está acesa, ordena que uma pessoa (ouvinte) apague a luz. Ao ter a luz apagada o falante pode então descansar e dormir, pois irá “saciar” seu sono e eliminar uma estimulação aversiva, no caso, a luz. Neste exemplo há uma OE (cansaço e privação de sono em um contexto para dormir) que faz da resposta verbal “Apague a luz” um mando que especifica uma consequência (ter a luz apagada).

Não existe somente um tipo de mando. Existem também o mando prolongado, o mando supersticioso e o mando mágico. O mando prolongado acontece quando mandamos em uma comunidade que não possui condições para nos reforçar. Exemplos de mando prolongados acontecem quando damos ordens para crianças muito pequenas, animais sem treinamento ou quando as próprias crianças mandam nos brinquedos. Já o mando supersticioso se caracteriza por um reforço acidental da resposta, como por exemplo: uma pessoa em uma festa de réveillon faz pedidos para que o ano seja mais próspero. Se o ano desta pessoa foi próspero ela poderá estabelecer uma relação entre seus pedidos e a prosperidade de seu ano, mas esta relação é acidental. Quanto ao mando mágico, o falante pode criar analogias com mandos antigos, mas há uma baixa probabilidade de reforço, pois não há mediação do ouvinte, como por exemplo: uma pessoa em um engarrafamento pode dizer “anda logo, transito!”, mas nada acontecer.

O Comportamento Verbal sob o Controle de Estímulos Verbais    

            Para Skinner (1957), controle do comportamento verbal por estímulo pode ser controlado por estímulos verbais e não verbais. Para tanto, o autor busca tratar as respostas sob o controle de estímulos verbais, escritos ou orais, proporcionados pelo próprio falante ou por outra pessoa. Assim, as três principais categorias discutidas pelo autor são: comportamento de repetição, textual e o intraverbal.

        Tanto o comportamento de repetição (ecóico) quanto o textual (cópia) possuem como antecedente um estímulo discriminativo verbal, uma similaridade formal e uma correspondência ponto a ponto. Quando o falante escuta outra pessoa dizendo a palavra “gato”, por exemplo, pode então responder de forma semelhante dizendo também a palavra “gato”. A repetição é apontada por Skinner (1957) como a forma mais simples de comportamento verbal seguido de antecedente verbal e costumeiramente está presente no repertório de crianças em desenvolvimento, em rimas poéticas e em comportamentos verbais “patológicos” como a ecolalia. O autor mostra que a semelhança formal entre o estímulo e a resposta constitui parte dessas contingências e só pode ser explicada apontando-se para o significado da semelhança para a comunidade reforçadora e que a resposta verbal de repetição não depende do instinto para a imitação.

Já o operante verbal textual caracteriza-se pelo comportamento controlado pelo antecedente verbal de uma palavra escrita ou impressa e a resposta é vocal. Neste caso, há entre o estímulo e a resposta uma correspondência formal, arbitrariamente estabelecida. Ou seja, na presença da palavra escrita “bolo” a pessoa lê a mesma palavra “bolo”. Um comportamento textual está sob controle, ponto a ponto, de variáveis mínimas que chamamos de letras. A diferença entre esse tipo de operante e de repetição, é que o textual é produzido por um estímulo visual e não sonoro. Além disso, há também o comportamento de transcrição em que a resposta verbal escrita está sob controle de um estímulo antecedente verbal, que pode ser vocal ou escrito. Bons exemplos do operante verbal transcrição são as atividades de cópia e ditado realizadas principalmente pelas crianças na escola.

            O comportamento verbal intraverbal também está sob controle total de estímulos verbais anteriores, sejam eles sonoros ou visuais, mas a resposta não será correspondente ponto a ponto com o estímulo anterior. Ou seja, após um estimulo verbal sonoro ou escrito “Qual é seu nome?” o indivíduo pode responder de forma verbal ou escrita “José”. Dentro das comunidades verbais encontra-se intraverbais que foram aprendidos e estão arraigados nos repertórios verbais das pessoas.

O Tacto

            Skinner (1957) cria o termo tacto fazendo referência ao comportamento de entrar em contato com o mundo físico e para descrever o operante verbal que é controlado por estímulo discriminativo não verbal e sua conseqüência é um reforço generalizado. Neste sentido, entende-se por estímulo discriminativo um estímulo presente no ambiente que sinaliza a liberação de um reforço após a emissão de certa resposta. Já o reforço generalizado diz respeito àqueles reforços que foram emparelhados com uma variedade de outros reforçadores e adquiriram propriedades adicionais, pois não estão relacionados a privações específicas.

Em outras palavras, o tacto é um operante verbal cuja resposta verbal é emitida sob controle de um estímulo antecedente específico não verbal e produz como consequência o reforço generalizado. Para entendermos um episódio de tacto, segue abaixo um exemplo na figura 2:




No exemplo acima, um estímulo discriminativo não verbal sinalizou que a resposta “Está chovendo!” seria reforçada. Neste exemplo, o tacto que é controlado por um estimulo discriminativo não-verbal, cuja consequência é o reforço generalizado, é chamado de tacto puro. Porém, um tato pode ficar sob controle de uma operação estabeledora, neste caso também é um mando e é chamado de tacto impuro (Skinner, 1957).

A habilidade de tatear em uma comunidade verbal é importante para que os indivíduos não só entrem em contato com o mundo físico, mas também com o mundo interno, dentro da pele, deles mesmos e, em com alguns limites, de outras pessoas. Desta forma, os ouvintes podem ter acesso, mesmo que limitado, ao mundo do falante. Além disso, o tato permite que a comunidade verbal entre em contato, por meio do comportamento verbal do falante, com vários aspectos da cultura na qual o falante está inserido.

Condições que Afetam o Controle de Estímulos

            Na segunda parte do Verbal Behavior, Skinner (1957) listou e exemplificou os principais operantes verbais, a contar: o mando, o tato, a repetição, a transcrição, o textual e o intraverbal. No capítulo seis, o autor preocupou-se em fazer um levantamento sobre os determinantes e as influências sobre tais operantes verbais. O assunto, portanto, diz respeito ao controle de estímulos.

O capítulo seis aponta que a principal característica do reforço generalizado nos episódios verbais é a atenção. Ao verbalizarem, os indivíduos são capazes de prender a atenção dos ouvintes. Em outras palavras, os indivíduos se desenvolvem em um mundo onde as pessoas falam, escrevem, lêem, etc, e com isso aprendem que para obter a atenção destas pessoas, precisam emitir comportamentos semelhantes e com as mesmas propriedades funcionais. Ao tocar outras pessoas por meio dos comportamentos verbais, os indivíduos podem receber não só a atenção, mas também garantir outros reforços, como por exemplo, dinheiro ou sexo em situações verbais de trabalho ou de conquista amorosa.

Por conta das relações funcionais em que os reforços generalizados mantêm os comportamentos verbais, um falante pode apresentar verbalizações distorcidas. Um exemplo deste fenômeno é o tato distorcido, que é uma forma de contracontrole verbal a algum controle aversivo; como no caso das pessoas que mentem para não serem punidas.

Outra condição que afeta os episódios verbais é a punição. Skinner (1957) aponta que a punição do comportamento verbal pode ser de várias formas, como por exemplo: a desaprovação, suspensão de privilégios e até mesmo o silêncio. Para o autor, os efeitos da punição sobre o comportamento verbal podem indicar uma generalização em que se uma resposta for punida, o efeito se generalizará sobre respostas similares ou sobre respostas dadas em circunstâncias semelhantes. Se a atenção é o principal reforço generalizado nos episódios verbais, então, possivelmente, para punir um comportamento verbal não é preciso usar de agressões físicas ou verbais. Para tanto, basta não dar atenção ou ignorar a pessoa que emitiu uma verbalização inadequada. Nesse sentido, ao contrário de agredir, falar mal ou gritar (punição positiva), a punição negativa pode ser eficiente, pois parar de dar atenção às pessoas costuma ter efeito punitivo mais amplo e menos danoso.

Uma questão importante apresentada neste capítulo é que o falante e ouvinte podem ser a mesma pessoa, como no caso da leitura em que o leitor pode reagir ao seu próprio comportamento textual como ouvinte. Esta condição ajuda a compreender o comportamento de pensar como um contato social que o indivíduo faz com ele mesmo.

A Audiência

         Uma outra condição especial do controle de estímulos é a audiência. As pessoas falam, escrevem, sinalizam, etc, porque há outras pessoas que as ouvem, lêem, compreendem, etc. Até mesmo quando falamos sozinhos, há um ouvinte: nós mesmos. Assim, um ouvinte como audiência tem funções múltiplas: ser estímulo discriminativo e provedor de reforçadores. A audiência será então um estímulo discriminativo na presença do qual o comportamento verbal é caracteristicamente reforçado e diferentes audiências controlam diferentes subdivisões do repertório do falante. A audiência aparece sempre entre as condições antecedentes relacionadas com a emissão da resposta que constitui determinado operante verbal.

            A audiência pode ser positiva ou negativa. Será positiva quando especificar uma condição para que o comportamento verbal seja reforçado, e será negativa quando apontar uma condição na qual o comportamento verbal não será reforçado ou será punido. Neste sentido, se alguém tentar conversar sobre novelas com outra pessoa que não gosta e não assiste novela, seu comportamento verbal não será reforçado, pois aquele que não gosta de novelas não será uma audiência adequada para o comportamento de falar sobre novelas.

O Operante Verbal como Unidade de Análise

            Neste capítulo há um breve resumo sobre os seis tipos de relações funcionais existentes nos episódios verbais, a contar: (1) no mando, uma forma de resposta controlada por estados de privação ou estimulação aversiva produzirá um reforço específico; (2) nos comportamentos ecóico, textual e intraverbal a resposta é determinada por um estímulo verbal anterior, que pode ser sonoro, escrito ou ambos, e o reforço será generalizado; (3) no tacto, o estímulo que controla a forma de resposta costuma ser não-verbal e há generalização do reforço e a (4) a audiência é um estímulo anterior, usualmente não-verbal, que controla grupos de respostas (Skinner, 1957).

            O interesse nesta revisão para fechar a unidade concernente às variáveis de controle é para discutir as unidades de análises presentes no comportamento verbal. São os operantes verbais, com suas propriedades funcionais e contextuais, as unidades mínimas para esta análise. Portanto, os estudos dos comportamentos verbais feitos por meio da linguística ou da gramática são excluídos da abordagem funcionalista e contextualista, pois estes estudos poderiam considerar as palavras, frases, letras, sons, etc, como as unidades mínimas do comportamento verbal.

Considerações Finais

        Todos os operantes verbais aqui descritos possuem propriedades singulares, mas atuam de forma entrelaçada em episódios verbais complexos, como por exemplo, aqueles que envolvem descrição de sentimentos. Assim, um analista do comportamento pode atentar-se não só para a relação experiencial que um indivíduo estabelece com seu mundo físico, mas também com seu mundo privado.
     Além disso, Skinner mostra que o estudo do comportamento verbal contribui para o entendimento do como a cultura de desenvolve e as razões pelas quais as comunidades verbais reforçam ou punem certas verbalizações. Em outras palavras, podemos dizer que para o bem ou para o mal é a comunidade verbal a raiz das práticas culturais dos humanos.





Referências



Passos, M. L. R. F. (2003). A análise funcional do comportamento verbal em Verbal Behavior (1957) de B. F. Skinner. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 2(V), 195-213.



Skinner, B. F. (1957). Verbal Behavior. Cambridge, Massachusetts: B. F. Skinner Foudation.

* Texto desenvolvido a partir do aprendizado na disciplina Comportamento Verbal do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Comportamento da UNB.







sexta-feira, 4 de julho de 2014

Comportamento Verbal - Um Programa* {Parte 1 de 5}

         
       Skinner (1957) propôs em seu livro Verbal Behavior uma análise inovadora dos fenômenos verbais, diferente das análises propostas pela Psicologia tradicional e Linguística. O objetivo principal do autor é demonstrar que comportamentos como o falar, escrever, pensar, e todas as formas de verbalização são determinados por variáveis que compõe o contexto dos indivíduos e por isso podem ser analisados funcionalmente e não só topograficamente. Para o autor, é preciso encarar a comunicação humana como um comportamento social e não como um evento metafísico, pois o comportamento verbal trata-se de pessoas se comportando dentro de uma comunidade verbal e não de estruturas linguísticas, psíquicas ou mentais. Ele também explica que não usa do termo "fala" para não restringir o fenômeno a comportamentos vocais e não desconsiderar o pensar, o escrever, o ler, etc.
No que se refere ao comportamento vocal, Skinner (1957) mostra que o comportamento verbal vocal é executado por uma complexa musculatura decorrente de um aparato biológico, selecionado ao longo da evolução e característico da espécie humana. O autor aponta que este tipo de comportamento pode ser medido por meio de registros acústicos ou mecânicos, mas ressalta que as complexas respostas musculares do comportamento vocal afetam o meio verbal pela produção da "fala" audível e que não precisamos conhecer todos os detalhes de uma resposta vocal desde que o padrão sonoro que ela produz obtenha certo efeito sobre uma comunidade verbal específica.
Skinner (1957) aponta que o comportamento verbal é usualmente o efeito de múltiplas causas e suas consequências são mediadas por outras pessoas, um ouvinte especialmente treinado pela mesma comunidade verbal do falante. Em outras palavras, o comportamento verbal é definido como um comportamento cujos efeitos sobre o mundo só são possíveis pela mediação de outras pessoas. O autor ainda demonstra que o comportamento verbal é um operante verbal, ou seja, está sob controle de estímulos antecedentes e é suscetível a reforçadores. Um operante verbal precisa ser analisado de forma funcional, apontando os estímulos ambientais que antecedem o comportamento verbal e demonstrando que suas consequências, reforçadoras ou punitivas, serão mediadas pelo ouvinte. Pode-se dizer que, diferente de outros comportamentos operantes, o operante verbal é regulado por práticas culturais.
Segundo Skinner (1957) o ouvinte responde aos estímulos verbais produzidos pelo falante. O indivíduo é falante ao comportar-se verbalmente perante o outro e torna-se um ouvinte ao comportar-se funcionalmente em relação a estímulos verbais produzidos por outros indivíduos ou por si mesmo. O comportamento do falante e do ouvinte, em interação, compõe aquilo que se chama de episódio verbal total.
Um exemplo de análise funcional de um episódio verbal segue abaixo:
Em um episódio de compra uma pessoa (falante) está diante de um produto sem preço e pergunta a outra pessoa (ouvinte): “Quanto custa?”. O ouvinte responde: “R$20,00”. Observa-se que para resolver um problema o falante recorre a um ouvinte; o comportamento do falante de perguntar o preço do produto é reforçado pelo ouvinte quando este lhe diz o preço. Saber, por meio de outra pessoa, o preço de um produto que antes não se sabia é a consequência mediada que o comportamento do falante produziu. Por meio da análise funcional deste episódio verbal, podemos inferir que o falante perguntou o preço do produto para outra pessoa porque provavelmente teve o mesmo tipo de comportamento reforçado anteriormente em contextos parecidos.
Neste programa, Skinner (1957) também trata das variáveis independentes que devem ser manipuladas e que ajudam a compreender o comportamento verbal, as principais são: condicionamento e extinção, controle de estímulos, motivação e emoção e controle aversivo. O autor insiste que entendamos que o comportamento verbal é um conjunto de variáveis determinadas pelo contexto de sua emissão. E que a análise deste fenômeno deve ser funcionalista e contextualista, mesmo que seja mais difícil do que simplesmente entendê-lo de forma metafísica e mentalista. O autor aponta, ainda, que os comportamentos verbais dependem fortemente de fatores motivacionais (operações estabelecedoras) e que os episódios verbais pressupõem a existência de audiência, o que implica no fato de que todo comportamento verbal é social.
Considerações Finais
O papel da causação múltipla e da consequência mediada na análise do comportamento verbal é ao mesmo tempo rico e complexo. Este tipo de análise é fundamental para a explicação do comportamento verbal, que não pode ser definido apenas por suas consequências, o contexto também deve ser levado em consideração.
A proposta Skinneriana da análise funcional do operante verbal é fundamental para a compreensão dos fenômenos sociais, principalmente porque este tipo de comportamento é extremamente frequente no cotidiano das pessoas. Para a prática da Psicologia, a análise funcional dos episódios verbais torna-se instrumento fundamental para o entendimento de fenômenos que envolvem: a construção alguns padrões comportamentais (como os de gênero), as manifestações artísticas (como teatro e literatura), a prática psicológica (como na clínica), etc. A proposta de Skinner permite que o comportamento verbal seja estudado de forma interdisciplinar, pois as múltiplas variáveis de controle podem ser fragmentadas e explicadas por diversas áreas do conhecimento humano.

Referência
Skinner, B. F. (1957). Verbal Behavior. Cambridge, Massachusetts: B. F. Skinner Foudation.

*Texto desenvolvido a partir do aprendizado na disciplina Comportamento Verbal do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Comportamento da UNB.
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