domingo, 21 de agosto de 2011

Diversidade Sexual e Psicologia

As várias formas de expressão afetiva e sexual, assim como as expressões de gênero, dizem respeito às questões que envolvem a Diversidade Sexual. Este tema vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e os grupos que compõem o “leque” da diversidade sexual têm conquistado espaços sociais importantes. Mas ainda existem muitos tabus e preconceitos sobre o que é “aceitar a diversidade” e, principalmente, sobre qual é o papel dos psicólogos neste fenômeno.
É importante considerar que em uma sociedade organizada e educada para ser heterossexual é comum que mitos e estranhamentos surjam quando indivíduos apresentam comportamentos e práticas diferentes das “programadas” culturalmente. Porém, é interessante observar, neste caso, que o estranhamento, em geral, não produz reflexão e sim discriminação. A discriminação, homofobia, ou qualquer nome que se queira dar ao ato coercitivo em relação à diversidade sexual e de gênero tornou-se uma prática social na qual a coerção sobre o “diferente”, no caso o público LGBT, é passada de um indivíduo para o outro por meio da educação e imitação (Pedrosa, 2006). Pode-se refletir que o preconceito e a discriminação contra o público LGBT desenvolvem-se com o aprendizado de valores, normas, regras, crenças, etc. Por essas razões é que profissionais da psicologia precisam compreender os fenômenos que envolvem a diversidade sexual para assim articularem formas de acolhimento e intervenção.
O Conselho Federal de Psicologia (1999), por meio da resolução 001/99 ajuda os psicólogos a compreender este tema apontando que a homossexualidade não constitui doença, distúrbio e nem perversão. Esta discussão está em consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS) que deixou de colocar a homossexualidade no rol de doença em 1991 (Pedrosa, 2006). E o Art. 2º da resolução 001/99 do CFP, resolve que “os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas”. É interessante notar que estes órgão da saúde preocupam-se em não associar a orientação homossexual à aspectos patológicos.
Além das orientações do Conselho Federal de Psicologia, o que mais pode contribuir para a compreensão e “aceitação” da diversidade sexual por parte dos psicólogos? É preciso relembrar que o papel principal da psicologia é o de promoção de saúde biopsicossocial; e como tal precisa estar em consonância com aspectos sociais que envolvem a promoção da cidadania e dos direitos humanos. Ressaltam-se os principais direitos humanos relevantes para esta atual reflexão: “ser tratado com respeito e dignidade”, “expressar os próprios sentimentos”, “fazer qualquer coisa, desde que não viole os direitos de outra pessoa” e “ter direito e defendê-los”. Ao zelar pelos direitos humanos universais, os psicólogos também estão “aceitando” a diversidade sexual e zelando pela qualidade de vida dos indivíduos que acolhem na sua prática profissional.

Referências Bibliográficas
Conselho Federal de Psicologia (1999). Resolução nº. 001/99. Estabelece normas de atuação para psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Brasília, DF.
Pedrosa, J. B. (2006). Segundo desejo. São Paulo: Iglu.
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